Márcio França, o oportunista, quer voltar em 2026: agora mira o Governo de São Paulo

O PT e o PSB paulista, partidos historicamente aliados, não querem Márcio França na cabeça de chapa em 2026. Segundo o jornalista Cláudio Humberto, nos bastidores já é consenso: França é um “peso morto” na política de São Paulo. Convenhamos, não é exatamente um título cobiçado.

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À medida que se desenha a corrida eleitoral para o governo paulista, a figura do socialista — ou seria apenas oportunista? — Márcio França, pré-candidato pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), parece despertar mais rejeição do que entusiasmo. E não por acaso: o histórico recente do ex-governador revela um padrão teimoso de oportunismo, inadimplência política e desgaste público que ameaça contaminar não só sua própria candidatura, mas também os aliados da esquerda.

França se consolidou como o campeão do zigue-zague — incapaz de escolher um lado, uma bandeira ou, ao menos, um discurso coerente. Ora flerta com a esquerda, ora se insinua para a direita, conforme a conveniência do momento. Essa elasticidade ideológica já lhe rendeu sucessivas derrotas nas urnas e uma coleção de apelidos nada lisonjeiros.

Em 2018, virou “Márcio Cubas” — apelido dado por João Doria, após França tentar escapar do rótulo de socialista, mesmo abrigado sob o PSB. Em 2020, na disputa pela Prefeitura de São Paulo, foi rebatizado de “BolsoFrança” por Guilherme Boulos, depois de acenos constrangedores ao bolsonarismo.

Já em 2022, num espetáculo à parte, se autodefiniu como “a direita da esquerda” e confessou “nunca ter gostado muito da cor vermelha” — malabarismo político digno de entrar para os anais do oportunismo brasileiro. Nesse mesmo ano, desistiu da corrida ao Palácio dos Bandeirantes para tentar uma vaga no Senado. Resultado? Mais uma derrota, a terceira consecutiva. E então ganhou o apelido mais simbólico: “Biruta de Aeroporto”, sempre girando conforme o vento. Ironia do destino, acabou sendo “enviado para o espaço” — politicamente — pelo astronauta Marcos Pontes.

Num cenário que exige clareza, consistência e firmeza de princípios, Márcio França permanece o retrato acabado da ambiguidade política. O eleitor paulista já entendeu: biruta não governa. Gira.

Márcio França não pagou dívidas de suas campanhas políticas

O socialista oportunista Márcio França não é muito bom em honrar compromissos financeiros assumidos por ele e seu partido político, o PSB

Como se todas essas derrotas não fossem suficientes para cancelá-lo politicamente, Márcio França ainda coleciona um incômodo histórico de calotes eleitorais. Durante a campanha de 2018 ao governo estadual, deixou de quitar cerca de R$ 1,6 milhão com a produtora Infiniti, responsável pela gravação dos vídeos de sua campanha — dívida que segue sendo cobrada judicialmente.

Recentemente, mais uma pendência: aproximadamente R$ 540 mil com a empresa de marketing digital GoBuzz, o que levou o PSB paulista a uma batalha judicial para evitar a penhora de valores do fundo partidário. Não se trata apenas de um problema financeiro: esse histórico mina a credibilidade do partido e complica futuras alianças.

Segundo a revista Veja, “Márcio França não é muito bom em honrar compromissos financeiros assumidos por ele e seu partido”. Quem endossa essa fama é justamente o dono da GoBuzz, que também atuou para o socialista na campanha de 2018.

E a tradição continua: em 2024, Tabata Amaral, do PSB, perdeu o marqueteiro e vários fornecedores de sua campanha à Prefeitura de São Paulo por falta de pagamento. O argentino Pablo Nobel deixou a pré-campanha no dia 12 de abril, conforme noticiado pela Folha de S. Paulo O Estado de S. Paulo.

“A agência da qual ele é sócio, a PLTK, havia assumido o comando do marketing em outubro de 2023, mas atrasos no pagamento, falta de dinheiro para implementar as ações e divergências estratégicas motivaram o rompimento”, disseram fontes aos jornais. 

Detalhe: o PSB paulista era presidido por Márcio França até maio deste ano. Agora, quem assume é o herdeiro político: seu filho, Caio França. A dinastia do calote deve seguir firme.

Falta de pagamento na reforma da cobertura de Márcio França na Ilha Porchat, em São Vicente

Foto da reforma da cobertura de Márcio França na Ilha Porchat. A imprensa noticiou que na época ele não pagou a empresa responsável pela obra

Na vida pessoal, Márcio França também acumula polêmicas. Em 2022, a Record TV revelou que o ex-governador estava sendo cobrado na Justiça por cerca de R$ 60 mil referentes à reforma de sua cobertura na Ilha Porchat, em São Vicente. O imóvel, avaliado em quase R$ 2 milhões, foi declarado oficialmente apenas no nome da esposa — afinal, quem nunca quis esconder um bem de luxo da Justiça, não é mesmo?

Esse episódio reforça a fama — amplamente divulgada — de um político com dificuldades em honrar compromissos, tanto na esfera pública quanto na privada.

E, como cereja do bolo, o mais constrangedor dos fatos: o próprio PT e o PSBpaulista, seus aliados históricos, não querem Márcio França na cabeça de chapa para 2026. Segundo o jornalista Cláudio Humberto, nos bastidores já é consenso: França virou um “peso morto”.

O declínio político de Márcio França

A performance política do socialista oportunista vem decaindo desde que desistiu da disputa pelo governo em 2022, abrindo espaço para a campanha de Fernando Haddad. Para piorar, foi rebaixado de ministério, deixando a estratégica pasta de Portos e Aeroportos para assumir um micro-ministério — praticamente uma secretaria decorativa, símbolo claro de seu declínio político.

Nem mesmo o PT aposta mais nele para o Senado. O PSB, por sua vez, já cogita alternativas como Tabata Amaral e o novato Rubens Furlan, escancarando a falta de confiança no ex-governador. O eterno candidato continua ensaiando novas tentativas, mesmo sendo tratado como “peso morto” até pelos próprios aliados.

Enquanto isso, França parece apostar nos velhos ataques ao atual governador Tarcísio de Freitas, numa tentativa desesperada de capitalizar contra um adversário que, ao contrário dele, ostenta vigor político e alianças sólidas.

Diante desse cenário, é difícil vislumbrar um futuro promissor para a candidatura de Márcio França em 2026. Sua trajetória recente, marcada por inadimplências, rejeição interna e uma imagem política tão gasta quanto suas promissórias não pagas, só tende a atrapalhar o PSB e seus aliados na tentativa de retomar o controle do governo paulista.

Mais que uma candidatura, França hoje representa um fardo do qual o partido e a esquerda parecem desesperadamente tentar se livrar. Se a política é um jogo de credibilidade e confiança, Márcio França está claramente na reta final — tentando se manter em cena, enquanto adversários e até antigos aliados já caminham para abandoná-lo de vez.

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