Márcio França é a própria definição de oportunismo político. Desde 2018, vive mudando de lado conforme o vento, como uma biruta de aeroporto. Quando disputou o governo de São Paulo contra João Doria, teve vergonha de assumir que era socialista, mesmo sendo filiado ao Partido Socialista Brasileiro (PSB).Escondeu-se, fugiu do rótulo, tentando enganar o eleitorado. Recebeu o apelido de Márcio Cubas e foi derrotado.
Na eleição seguinte, em 2020, aproximou-se de Jair Bolsonaro para tentar derrotar o PSOL de Guilherme Boulos, ganhando o apelido merecido de BolsoFrança, ao tentar posar de moderado de direita. Vários candidatos da coligação PSB/PDT retiraram o nome de Márcio França do material eleitoral por causa da aproximação com Bolsonaro. Como BolsoFrança ficou com os pés em duas canoas e perdeu outra vez a eleição.
Em 2022, exigiu que sua esposa, Lúcia França, fosse vice na chapa ao governo com Fernando Haddad para abandonar a pretensão de concorrer ao governo do Estado de São Paulo e disputar uma vaga no Senado Federal. Deu várias entrevistas afirmando ser a direita da esquerda ou a esquerda da direita.
O que Márcio França pretendia era ampliar sua votação com o apoio da esquerda como candidato na chapa do presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva, mas, ao mesmo tempo, acenava para a direita, de olho nos votos do opositor de Lula, Jair Bolsonaro.
Perdeu novamente a eleição e foi largado no espaço, literalmente, pelo astronauta Marcos Pontes numa derrota acachapante. Márcio França recebeu outro apelido em 2022: Biruta de Aeroporto, que gira de acordo com o vento.
Como o político mais derrotado nos últimos anos, Márcio França quer agora, sem o menor pudor, sem nenhum constrangimento, posar de candidato da esquerda, buscando o apadrinhamento de Lula para tentar voltar a ter alguma relevância política e ser candidato ao Governo do Estado de São Paulo nas eleições de 2026. E já se lançou candidato no sábado 26 de abril. Só falta definir se será desta vez um socialista.
Márcio França esquece que numa entrevista longa ao jornal O Estado de S.Paulo, no dia 20/5/2022, como pré-candidato, como agora, mas que acabou desistindo, o que também pode acontecer agora, declarou: “Eu nunca combinei muito com esse tom vermelho. Não é meu estilo”, enfatizou para explicar que para conquistar o eleitorado de São Paulo precisa ser menos de esquerda.
Márcio França o candidato TotalFlex
O oportunismo é a regra de Márcio França. Não existe fidelidade ideológica, nem compromisso com princípios. O que existe para o político profissional Márcio França é apenas a busca incessante pela sobrevivência política, custe o que custar, seja se vestindo de socialista quando convém, seja se aproximando da direita quando acha que isso lhe trará vantagem.
A própria tentativa do PSB de mudar seu nome para “Partido da Sociedade Brasileira” é mais um sintoma desse movimento: abandonar a história de Miguel Arraes, apagar o “socialismo” do nome, tudo para não perder espaço eleitoral. Quando convém, se dizem socialistas. Quando convém, viram partido “da sociedade”. Sempre ao sabor dos ventos, sempre de acordo com o que traga mais votos.
Márcio França não é de direita, não é de esquerda, não é de centro. Ele é de onde for mais conveniente para sua carreira política. Márcio França é o candidato TotalFlex. É a velha política disfarçada de novidade. Um político biruta, que gira para onde o vento sopra mais forte. Esse não é socialismo. Esse é oportunismo puro e descarado. O PSB, com Márcio França, deveria se chamar PSO – Partido dos Socialistas Oportunistas.
“Ideologia… Eu quero uma para viver”, como escreveu e cantou o grande poeta e músico Agenor de Miranda Araújo Neto.
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