Deputado Paulo Fiorilo pede investigação de Tarcísio, Kinoshita e Bergamasco após escândalos na Sefaz

Deputado estadual do PT, Paulo Fiorilo, mandou representação contra o governador Tarcísio de Freitas, contra o secretário Samuel Kinoshita e contra o subsecretário Marcelo Bergamasco para o Ministério Público

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A Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) vive um escândalo que expõe o abismo entre o tratamento dispensado a servidores comuns e a membros da alta cúpula. De um lado, funcionários são perseguidos, humilhados e afastados por divergirem de decisões do secretário Samuel Kinoshita. De outro, figuras próximas ao poder, como o subsecretário da Receita Estadual, Marcelo Bergamasco Silva, desfrutam de benefícios e blindagem mesmo diante de graves irregularidades.

A denúncia foi levada ao Ministério Público (MP) e à Controladoria-Geral do pelo deputado estadual Paulo Fiorilo (PT), Estado (CGE) que formalizou representações apontando atos de improbidade administrativa, assédio moral e favorecimento indevido contra o governador Tarcísio de Freitas, o secretário Kinoshita e o subsecretário Bergamasco.

O histórico das denúncias é estarrecedor. Segundo relatos, em janeiro de 2023, dez servidores comissionados foram isolados numa sala envidraçada — apelidada de “cantinho da vergonha” ou “aquário do BBB” — sem funções ou equipamentos, antes mesmo de suas exonerações serem publicadas. A medida simbolizou um clima de intimidação reforçado por falas misóginas atribuídas ao secretário, como “mulher chora” e “não sabe lidar com mulher”, e por perseguições a quem ousasse questionar ordens.

A retaliação não ficou apenas na humilhação pública. Em 2024, Kinoshita revogou o teletrabalho, impondo presença mínima de três dias por semana, e puniu um auditor fiscal que apresentou ponderações técnicas à medida. Enquanto servidores críticos eram silenciados, o subsecretário Marcelo Bergamasco, segundo as denúncias, passava longas temporadas em Milão — cerca de 270 dias no exterior entre 2021 e 2024 —, mantendo remuneração integral, recebendo gratificações condicionadas à presença física e sendo promovido duas vezes.

Deputado Paulo Fiorilo denuncia o home office de Bergamasco em Milão, na Itália

O caso ganhou repercussão nacional como “home office de Milão” e, em vez de investigar ou punir, o governador Tarcísio editou um decreto que abriu brecha para regularizar a irregularidade por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC). Assinado em junho de 2025 e homologado por Kinoshita, o acordo apenas determinou que Bergamasco trabalhasse presencialmente pelos dois anos seguintes, sem devolver um centavo ao erário.

O deputado estadual do PT, Paulo Fiorilo, da tribuna da Assembleia Legislativa do Estado (Alesp) questiona a CGE sobre procedimentos de apuração, punições e medidas preventivas, e denuncia que o órgão não apresentou respostas claras. “Pune-se quem reclama ou discorda de decisões do secretário e beneficia quem trabalha de Milão e não comparece regularmente na Secretaria”, resume o parlamentar. No final deste artigo a integra do depoimento do deputado Paulo Fiorilo.

O quadro revela um padrão corrosivo: perseguição e assédio contra vozes críticas, de um lado; proteção e condescendência com aliados do topo, de outro. A permanência dessa política de dois pesos e duas medidas fragiliza a credibilidade da administração pública paulista e afronta diretamente os princípios constitucionais de moralidade, legalidade e impessoalidade.

Prisões, novas denúncias de corrupção e desmando na Sefaz-SP

Para agravar ainda mais o cenário, nesta terça-feira (12), a Secretaria da Fazenda foi novamente arrastada ao noticiário policial com a prisão do auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto, acusado pelo Ministério Público de receber cerca de R$ 1 bilhão em propinas desde 2021. Ele teria manipulado processos administrativos para favorecer empresas como a Ultrafarma e a Fast Shop, usando uma empresa registrada no nome da própria mãe para receber os pagamentos ilícitos.

O detalhe mais perturbador: Artur ocupa cargo de supervisor na Diretoria de Fiscalização (DIFIS), que integra a Diretoria Geral Executiva da Administração Tributária — uma das quatro diretorias subordinadas diretamente à subsecretaria da Receita Estadual, comandada por Marcelo Bergamasco. Ou seja, a engrenagem de corrupção milionária funcionava dentro de uma estrutura sob a chefia do mesmo subsecretário blindado pelo governo, ampliando as suspeitas sobre o grau de tolerância e conivência com práticas ilícitas no alto escalão da Fazenda paulista.

Enquanto a gestão Tarcísio-Kinoshita se escuda em justificativas burocráticas e discursos de “compliance”, cresce a cobrança por uma investigação séria que imponha responsabilidade a quem, segundo as denúncias, transformou a Secretaria da Fazenda em um laboratório de autoritarismo e favorecimento.

Veja a integra do pronunciamento do deputado estadual do PT, Paulo Fiorilo:

https://drive.google.com/drive/folders/1ccnCRqFVh9aLiRf-U6SCFDQ44nIx3AKF?usp=sharing

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