Márcio França 2026: já nas prateleiras, com frete pago pelo contribuinte

“Charge de Márcio França com sorriso inflado e expressão de auto-satisfação, lembrando mais um anúncio de promoção relâmpago do que um retrato político — perfeita para ilustrar um candidato em liquidação antecipada com verba pública.”

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Márcio França, do Partido Socialista Brasileiro (PSB), o micro-ministro do Ministério da Microempresa, anda transformando orçamento público em investimento de marketing pessoal. Só em 2025, 55% de todo o dinheiro para patrocínios da sua pasta foi parar em eventos realizados em São Paulo — justamente o palco onde ele sonha disputar o governo em 2026.

Estamos falando de R$ 2,034 milhões despejados no estado, com quase meio milhão direcionado para Santos e São Vicente, seus currais eleitorais de estimação. O mapa da generosidade também inclui Pernambuco, berço político do PSB. Não é política pública, é geopolítica de palanque: o dinheiro do governo Lula vai para onde o voto de Márcio França mora e recebe cafezinho.

Os eventos patrocinados parecem escolhidos a dedo para render foto bonita e palanque disfarçado — de feiras de inovação a encontros de cervejeiros, passando por festivais gastronômicos e seminários de inteligência artificial, segundo a Folha de S.Paulo. Tudo regado a recursos federais, mais de um ano e meio antes da eleição, como se o país fosse um balcão de negócios eleitorais administrado pelo possível candidato Márcio França.

E é aí que entra o personagem. França é a versão política da Shopee: parece original na foto, mas o que chega é uma réplica barata — promessa chamativa, resultado duvidoso. É o “candidato Shopee”: propaganda vistosa, conteúdo genérico, prazo de validade curto.

Na sua carreira, já foi “Márcio Cubas” (segundo João Doria), “BolsoFrança” (segundo Guilherme Boulos) e, no ato mais acrobático de marketing pessoal, autoproclamou-se “a direita da esquerda” — algo tão coerente quanto vender vinho francês engarrafado numa caixa de leite. Vermelho? Ele não gosta. Um socialista que foge da cor como vampiro foge do sol.

Seu “programa de governo” é um kit Frankenstein: um pouco de Lula, uma pitada de Alckmin, um tempero de Bolsonaro e um slogan que pareça estar na moda. É o Biruta de Aeroporto da política: gira conforme o vento e pousa onde houver holofote.

A diferença é que, quando um produto da Shopee decepciona, você ainda pode pedir reembolso. O “produto França” não só não devolve o dinheiro como cobra antecipado — e o pagamento é nosso, via Tesouro Nacional.

Márcio França não está em campanha antecipada; está em liquidação antecipada. O estoque é de promessas, mas o frete é pago por todos nós, contribuintes.

Comentários

  1. Avatar de Ana Aragão ARAGAO
    Ana Aragão ARAGAO

    Eu diria : Márcio França, O Articulador de Centro e as Contradições da Política…. ( Se querem aniquilá-lo agora, hummnn, aí tem !!!!!)
    Sem dúvida, é um nome que evoca discussões complexas no cenário político brasileiro, pela habilidade de se mover entre diferentes correntes ideológicas, uma estratégia que lhe rendeu tanto poder quanto críticas. Sua virada na politica foi a aliança com o PSDB, à época liderado por Geraldo Alckmin, em 2014. Essa parceria, vista com desconfiança por parte de seu partido, o PSB, o colocou no coração do poder estadual.
    Como governador, mesmo em um mandato muito curto, sua gestão foi mais notável pela intensa campanha eleitoral que se seguiu, em 2018 para a reeleição contra João Doria (PSDB) e ele só não venceu no segundo turno por uma pequena margem, demonstrando força eleitoral em um contexto desafiador.
    O desempenho eleitoral de França, é muito irregular,mas ele pode despontar como forte opção ao centro. Embora tenha sido muito bem-sucedido em sua base no litoral paulista, ele amargou dificuldades para replicar sucesso em outras eleições estaduais e municipais na capital.
    A relação de Márcio França com a esquerda é de constante negociação. Para a esquerda, ele é visto como parceiro pragmático, uma ponte para o centro em um cenário polarizado. Sua filiação ao PSB e sua recente aliança com o PT para apoiar a chapa Lula-Alckmin são provas dessa proximidade.
    No entanto, a esquerda mais ideológica tem ressalvas. Criticam sua proximidade com o PSDB e a falta de compromisso com pautas sociais mais radicais. Em alguns momentos, como na eleição municipal de 2020 em São Paulo, sua neutralidade no segundo turno entre Guilherme Boulos (PSOL) e Bruno Covas (PSDB) foi questionada, pois ele se recusou a apoiar o candidato progressista.
    Já a direita, enxerga Márcio França de maneira oposta. Ele é visto como um “político tradicional” . Sua recente adesão ao governo Lula foi bastante criticada por setores da direita rotulando-o como um “cavalo de Troia” dentro de uma aliança de centro.
    Para a direita mais conservadora e ligada ao bolsonarismo, França representa tudo o que é criticado na política: a flexibilidade em alianças e o foco em negociações de bastidores. No entanto, para o “centrão”, ele é um articulador valioso e um parceiro com quem é possível negociar.
    Conclusão :
    Márcio França se autodenomina “a direita da esquerda e a esquerda da direita”, ou seja, ele não se encaixa em um único rótulo, o que é, ao mesmo tempo, sua maior força e sua maior fraqueza.

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