Desde que chegou ao Brasil, a Shopee carrega a pecha de vender “réplicas duvidosas” dos produtos originais. Aquela coisa com cara de que foi montada às pressas num galpão mal iluminado, com um manual em mandarim traduzido no Google Tradutor. E assim nasceu o “produto da Shopee”: uma versão genérica, mais barata e menos confiável daquilo que se propõe a imitar. Uma sátira que virou meme, viralizou e colou.
Curiosamente, o mesmo fenômeno parece ter atingido a política paulista — e, em especial, um personagem multifacetado: Márcio França, o socialista oportunista, o camaleão ideológico, o Biruta de Aeroporto. Ou, para usar a métrica popular: “o político da Shopee”.
Desde abril deste ano, quando da realização do congresso do Partido Socialista Brasileiro (PSB), o micro-ministro do Ministério da Microempresa, Márcio França, sem função efetiva no governo do presidente Lula, resolveu se lançar candidato ao Governo do Estado de São Paulo nas eleições de 2026.
Em campanha política e usando toda a estrutura do Governo Federal, o oportunista Márcio França tenta se transformar num bom produto, deixando de lado a pecha de candidato da Shopee. Vive à caça de atenção da mídia — e, para isso, mira seus ataques nos concorrentes.
Mais de um ano antes da eleição de 2026, o micro-ministro tenta furar a bolha da imprensa com críticas oportunistas contra seus possíveis adversários. Vasculha falhas, exagera defeitos e corre para os holofotes como quem quer ganhar o selo de qualidade da semana. É a velha tática do “falem mal, mas falem de mim” — só que com cheiro de naftalina e trilha sonora de jingle reciclado.
Márcio França e seus apelidos de campanhas políticas
Márcio já foi tudo. Foi “Márcio Cubas”, nas palavras nada carinhosas de João Doria, quando tentava posar de revolucionário de boutique pelo PSB. Depois virou “BolsoFrança”, rótulo presenteado por Guilherme Boulos, quando decidiu que flertar com Jair Bolsonaro poderia render uns pontinhos no Datafolha. Numa entrevista, teve a ousadia poética de se autodefinir como “a direita da esquerda” — uma frase tão contraditória que faz a Shopee parecer coerente.
E o vermelho? Ah, o vermelho. Márcio não gosta. Disse com todas as letras. O socialista que se coça com a cor da esquerda. É como se o CEO da Shopee dissesse que sente vergonha dos produtos que vende — ou que gostaria de vender apenas itens importados da Suíça.
A verdade é que Márcio França não é nem de direita nem de esquerda. É o Biruta de Aeroporto, que vai para o lado que o vento soprar mais forte. É híbrido, para usar um termo da moda. Uma tentativa política de agradar a todos — e, no processo, não convencer ninguém. Um “produto da Shopee” tentando passar por original, mas sempre entregando algo que chega atrasado, sem nota fiscal e com cheiro péssimo.
Seu plano de governo, quando aparece, é um verdadeiro “combo” promocional: um pouco de Lula, uma pitada de Alckmin, um tempero de Bolsonaro e o slogan de qualquer coisa que pareça funcionar no momento. Versátil? Talvez. Confiável? Só se vier com selo de arrependimento e devolução em até 7 dias.
No fim, Márcio França é aquele item que você compra na esperança de resolver um problema — mas que chega menor do que na foto, desmontado, e com uma promessa vaga de utilidade. A diferença é que, com a Shopee, pelo menos dá para pedir reembolso.
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