O Rio de Janeiro, terra de contrastes, belezas naturais e escândalos em série, assiste a mais um capítulo digno do seu próprio roteiro tragicômico. O governador Cláudio Castro, representante máximo do estado, será o único governador presente em um fórum de debates, em Nova York, patrocinado pela REFIT — Refinaria de Manguinhos.
Para quem não conhece, a REFIT não é apenas uma empresa do setor de combustíveis. É, antes de tudo, uma campeã de sonegação, líder do Grupo Magro, comandado por Ricardo Magro, ex-prisioneiro de Bangu, fraudador foragido do Brasil, atualmente vivendo nos Estados Unidos. Só no Rio de Janeiro, o delinquente Ricardo Magro cometeu delitos fiscais que surrupiaram mais de R$ 10 bilhões dos cofres do estado fluminense.
Enquanto professores do Estado do Rio de Janeiro lutam por reajustes, hospitais cariocas enfrentam cortes e a segurança pública no Rio vive em colapso, o governador opta por prestigiar um evento bancado por Ricardo Magro, que fraudou os moradores do Rio. Cláudio Castro viajou para Nova York com uma comitiva, levando em sua bagagem Nicola Miccione, secretário da Casa Civil; Bernardo Rossi, secretário do Meio Ambiente; e Rodrigo Abel, secretário do Gabinete do Governo.
Ao prestigiar a REFIT e o chefe da máfia dos combustíveis, Ricardo Magro, o governador Cláudio Castro não só normaliza a presença de criminosos sonegadores nas rodas do poder, como também ajuda a promover o velho padrão fluminense de governadores presos ou respondendo a processos criminais.
Dos últimos sete governadores, entre eles Cláudio Castro, cinco foram parar na cadeia: Luiz Fernando Pezão (2014 a 2018), Sérgio Cabral (2007 a 2014), Rosinha Garotinho (2003 a 2006), Anthony Garotinho (1999 a 2002) e Moreira Franco (1987 a 1991). Wilson Witzel (2019 a 2020) foi detido e afastado do cargo, respondendo a processo.
O governador Cláudio Castro, ao se aproximar de criminosos como Ricardo Magro, não só endossa as falcatruas desse delinquente e seus delitos fiscais, como também corre o risco de ir parar na cadeia, sendo o sétimo governador preso. Cláudio Castro e Ricardo Magro juntos em Nova York são a prova cabal de que os governantes do Rio de Janeiro têm vocação para a autofagia política e institucional.
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