REFIT, de Ricardo Magro, Sonegação Bilionária e o Silêncio das Autoridades

REFIT de Ricardo Magro

Este é o folheto de promoção do Fórum do Nova York com o patrocínio da REFIT, com as fotos e os nomes das autoridades que participarão do evento.

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No mês de maio, um seminário internacional em Nova York contará com a presença de figuras de peso do governo brasileiro: governadores de São Paulo, do Rio de Janeiro e de Goiás, além de ministros federais. O evento, contudo, é patrocinado pela Refinaria de Manguinhos (REFIT) uma empresa que pertence a Ricardo Magro, apontado como o maior sonegador de impostos do país e acusado de lavagem de dinheiro para organizações criminosas.

A Polícia de São Paulo já apontou o Grupo Magro como sendo a Máfia dos Combustíveis, e a REFIT como a principal empresa desse grupo, que atua no eixo São Paulo-Rio e já surrupiou mais de R$ 20 bilhões dos cofres públicos.

Ricardo Magro, que está foragido do país e vive em Miami, nos Estados Unidos, já esteve preso no presídio de Bangu, acusado de ter desviado mais de R$ 90 milhões do fundo de pensão dos Correios. Sua prisão foi decretada pela 5ª Vara Federal Criminal.

Neste momento, – quando a empresa de Ricardo Magro, a REFIT, que sonegou mais de R$ 20 bilhões resolve patrocinar um evento com a participação de autoridades públicas – a pergunta que se impõe é inevitável: é justo, aceitável ou minimamente ético que autoridades públicas participem de um evento financiado por uma empresa com esse tipo de histórico?

Mesmo que a participação seja legal, do ponto de vista jurídico, a questão ética permanece latente. A presença de representantes do alto escalão do governo em um seminário patrocinado por uma empresa que deve bilhões aos cofres públicos revela um grave conflito entre o discurso e a prática. Afinal, como justificar a ausência de cobrança e responsabilização, ao mesmo tempo em que se prestigia o patrocinador?

Esse tipo de evento compromete a credibilidade das instituições e enfraquece a confiança da população em seus governantes. Mostra que, para alguns, as dívidas com o Estado não são impeditivas para ganhar prestígio e visibilidade, desde que tenham recursos para bancar grandes encontros.

Autoridades têm o dever não apenas de respeitar a lei, mas de agir em consonância com valores éticos e com o interesse público. Participar de eventos financiados por sonegadores é incompatível com esse dever. A sociedade tem o direito — e o dever — de questionar esse tipo de relação. O silêncio diante disso também é uma forma de cumplicidade.

Comentários

  1. Avatar de Leonora Thome
    Leonora Thome

    Concordo plenamente com texto acima. Triste saber que pessoas que temos como respeitáveis estejam participando , como o nosso governador.

    1. Avatar de Alberto Luchetti
      Alberto Luchetti

      É realmente um absurdo Leonora

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