Nos corredores de Brasília — onde o que se cochicha tem mais valor que o que se publica no Diário Oficial — uma informação tem causado desconforto entre parlamentares, assessores e entusiastas da política com “p” minúsculo: Anderson Pomini, atual presidente do Porto de Santos, estaria ensaiando um pouso forçado direto no Ministério dos Portos e Aeroportos, hoje sob a batuta de Silvio Costa Filho.
Dizem que Pomini não para. Entre um despacho e outro no cais, tem feito escalas estratégicas com dirigentes e deputados do Republicanos, tentando garantir um assento na primeira classe do governo federal. O problema? Esse voo não tem autorização para decolagem.
O presidente Lula, comandante experiente de muitos pousos turbulentos, tem profundo apreço por Silvio Costa Filho. Discreto, leal e com sobrenome de pedigree político, o atual ministro representa algo cada vez mais raro em Brasília: confiança. E confiança, ali, vale mais que qualquer articulação de última hora com partido da base.
Silvio, filho do veterano Silvio Costa e irmão do deputado estadual João Paulo Costa, nunca foi homem de holofote. Mas é homem de bastidor — e, no xadrez político, saber esperar em silêncio é muitas vezes mais eficaz do que fazer barulho no saguão.
Já Pomini parece ter se esquecido de um detalhe fundamental: Lula não troca de copiloto só porque alguém bate insistentemente na porta da cabine, alegando ter mais milhas acumuladas.
Nos bastidores, a movimentação de Pomini é vista com um misto de estranhamento e antecipação maldosa. Há quem diga que, se insistir nesse voo solo, pode acabar voltando para o conforto do seu escritório de advocacia na Alameda Padre José Manuel, em São Paulo — com mala pronta, mas sem bilhete carimbado.
Por ora, Silvio Costa Filho segue firme, com Lula ao seu lado na cabine. E Pomini? Continua no saguão, olhando para o painel de embarque. O destino desejado está ali, piscando em vermelho: “Aguardando instruções da companhia.”
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