Sidney de Oliveira: do remédio barato ao safari milionário

Sidney de Oliveira: a aventura do vendedor de remédios genéricos e baratos até a suspeita de pagador de propina bilionária e de uma vida discreta como caçador de tatus e pacas

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O inferno astral do empresário Sidney de Oliveira, dono da Ultrafarma, chegou mais cedo este ano. Apesar de só fazer aniversário em novembro, os astros já estão conspirando contra ele desde já. Inclusive, o horóscopo do dia 15 de novembro, data de seu aniversário, indica um dia com muita agitação e movimento, com energias em constante alternância e desafios a serem enfrentados.

Só que ainda estamos em agosto e Sidney de Oliveira já está mais agitado do que esperava. Se não bastasse sua prisão preventiva, acusado de participar de um esquema bilionário de propinas na Secretaria da Fazenda do Estado, envolvendo mais de 1 bilhão, Sidney de Oliveira agora foi executado a pagar uma multa de quase 1,5 milhão por caça ilegal de tatus e pacas no interior de São Paulo.

O que o horóscopo não disse é que os “desafios” viriam com algemas, operações policiais e multas ambientais dignas de um filme de faroeste.

Em menos de uma semana, Sidney de Oliveira passou de empresário farmacêutico a protagonista de um enredo que mistura Operação Policial, Globo Rural e Planeta Selvagem.

Preso no dia 12 de agosto, acusado de participar de um esquema bilionário de propinas na Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo – Sefaz-SP, ele agora encara três novas condenações da natureza — literalmente.

Tudo começou com as infrações que floresceram na cidade de Pongaí, localizada às margens do rio Tietê, a 413 km de São Paulo. Foi nessa cidade que a Polícia Militar Ambiental constatou que Sidney de Oliveira, além de lidar com medicamentos, também tinha o hábito de medicar (ou eliminar) a fauna local à sua própria maneira. Sidney de Oliveira, segundo amigos próximos, é um exímio caçador e exterminador de tatus, pacas e outros animais silvestres.

O cardápio das três multas é um luxo que, com correção e juros, já flerta com R$ 1,5 milhão. É como se cada tatu e cada paca viessem embalados a vácuo com nota fiscal de luxo.

Multas para Sidney de Oliveira, o caçador de Tatus e Pacas

Veja a discriminação das três multas que o procurador Filipe Gadelha Diógenes Fortes, da Procuradoria Geral do Estado, encaminhou para o juiz de direito da Comarca de São Paulo, do Foro das Execuções Fiscais Estaduais:

1 – Multa por manter bichos silvestres em cativeiro sem autorização — o que, no mundo civilizado, se chama “crime ambiental”, e não “coleção exótica”.

2 – Infração ambiental por caçar espécies sem permissão — que, para ele, talvez fosse apenas “um sábado divertido no sítio”.

3 – Punição por maus-tratos a animais — porque, aparentemente, até a vida selvagem merece provar que “o medicamento mais barato do Brasil” não é cura para tudo.

Sidney, que construiu sua imagem como o homem que “vende barato para o povo”, agora está comprando caro com a Justiça. E não se trata de promoção: aqui, quanto mais infração, mais alto o preço. Seu 2025 virou um mix de novela e documentário animal — só que, no lugar do Globo Repórter mostrando “onde vivem, o que comem e como se reproduzem” os bichos, temos o Diário Oficial mostrando “quanto custam, quem multou e como pagar”.

Se o inferno astral é um período para reflexão, Sidney já tem material suficiente para escrever um livro. Título provisório: “Sidney de Oliveira e suas memórias num safari judicial”.

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