Sai Rubens Ometto e entra Ricardo Magro. A troca de protagonistas no palco dos fóruns de combustíveis

Rubens Ometto x Ricardo Magro

Com a desistência de Rubens Ometto de patrocinar fóruns internacionais, o caminho ficou aberto para o Grupo Magro do delinquente Ricardo Magro, que já acumulou mais de 20 bilhões de reais em delitos fiscais. Bilionário, Magro resolveu investir nesse evento com a presença de autoridades brasileiras

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Durante anos, o empresário Rubens Ometto, uma das figuras mais influentes do setor de energia no Brasil, foi o anfitrião habitual dos principais fóruns e debates internacionais sobre o mercado de combustíveis. Seu prestígio e fortuna pessoal lhe permitiam organizar encontros de alto nível, reunindo executivos e autoridades para discutir o futuro do abastecimento energético global.

No entanto, após ter vindo a público admitir dificuldades financeiras em seu grupo empresarial, Ometto deixou de ocupar esse protagonismo. E, com sua saída, abriu-se espaço para uma figura controversa: Ricardo Magro, que está patrocinando um fórum de debates em Nova York, com início anunciado para 13 de maio.

Conhecido por sua ligação e comando da empresa REFIT Refinaria de Manguinhos, no Rio de Janeiro, Ricardo Magro foi apontado pela Polícia Civil de São Paulo como Chefe da Máfia dos Combustíveis e suspeito de lavagem de dinheiro para o Primeiro Comando da Capital (PCC).

A ascensão do fraudador e sonegador Ricardo Magro à posição de destaque nesse cenário levanta sérias preocupações. Trata-se de um empresário com uma ficha extensa de acusações e investigações.

Ele é considerado foragido da Justiça brasileira, vivendo nos Estados Unidos impunemente. De Miami, comanda uma verdadeira organização criminosa com mais de 180 empresas ligadas, direta ou indiretamente, ao Grupo Magro, praticando um esquema de fraudes e sonegação que movimenta bilhões de reais no mercado de combustíveis no Brasil.

O que chama atenção, porém, é a forma como Ricardo Magro parece lidar com essa notoriedade. Há quem diga que sua postura reflete um comportamento conhecido na criminologia como “narcisismo criminal”: um desejo de transformar a própria trajetória ilícita em espetáculo, buscando não apenas escapar da punição, mas também alcançar projeção e influência por meio dela.

Ao patrocinar fóruns internacionais e manter uma imagem de liderança nos bastidores da indústria de combustíveis, Ricardo Magro estaria tentando ressignificar sua figura pública, como se quisesse ser lembrado não pelos crimes, mas pela influência que está exercendo sobre autoridades municipais, estaduais, federais e até internacionais que estão participando desse fórum de Nova York.

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