Por Alberto Luchetti
Com o fim das eleições municipais deste ano parte das lideranças do Partido dos Trabalhadores – PT – defende que o presidente Lula deveria e vai precisar promover uma reforma ministerial nos próximos meses. Não só para acomodar as novas lideranças que surgiram com os resultados das urnas, mas também pensando nas eleições de 2026.
Há análises políticas que asseguram que o presidente Lula deveria dar mais espaço para os partidos de centro como do PSD, MDB e União Brasil que cresceram muito nessa eleição. O próprio PT saiu desgastado e ainda mais dividido. Forças petistas continuam a lamentar o acordo com o PSOL que definiu Boulos em São Paulo com a importação de Martha Suplicy novamente ao PTdepois de sua exportação ao MDB.
Mas o agravamento no clima pesado do núcleo de comando do PT ocorreu agora quando o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, que é também deputado federal do PT, fez galhofa para definir a participação do seu partido nas eleições. “O PT não saiu do Z4 nas eleições municipais desde 2016”, afirmou. No futebol brasileiro, o termo é usado para se referir aos times na zona de rebaixamento.
Na mesma hora Padilha foi severamente criticado pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann: “Padilha devia focar nas articulações políticas do governo, de sua responsabilidade, que ajudaram a chegar a esses resultados”, publicou a presidente do partido em suas redes sociais.
E ainda exigiu: “mais respeito com o partido que lutou por Lula Livre e Lula Presidente, quando poucos acreditavam”, concluiu Gleisi Hoffmann, reprimindo publicamente o ministro Padilha. No entender de Gleisi, o PT pagou o preço, como partido, de estar num governo de ampla coalizão, numa ofensiva da extrema-direita.
A Folha de S. Paulo de hoje, 29 de outubro, destaca que – com a gestão Lula sob pressão – a lista de reivindicações de integrantes das siglas de centro (PSD, MDB e União Brasil) inclui a influência sobre uma esperada reforma ministerial nos próximos meses, a solução de problemas que emperram a liberação de emendas parlamentares, além de mudanças na articulação política.
Na reforma ministerial, Lula poderia começar apertando o cerco no Partido Socialista Brasileiro – PSB – que, em São Paulo, nada fez para a candidatura de Guilherme Boulos, escolhido do presidente Lula e do PT para a prefeitura da maior cidade do País. Muito pelo contrário. A candidata Tabata Amaral saiu da disputa em quarto lugar com pouco mais de 605 mil votos e afirmou que não subiria no palanque de Boulos.
O PSB ocupa hoje dois ministérios no Governo Federal, além do cargo de vice-presidente da República com Geraldo Alckmin. É bem verdade que Alckmin esteve presente em algumas reuniões, comícios e manifestações de apoio a Guilherme Boulos durante o segundo turno em São Paulo.
Sempre muito discreto, Alckmin desempenhou um papel secundário em São Paulo nessas eleições, para quem já foi quatro vezes governador do estado. O que mais chamou a atenção em suas participações na campanha de Boulos, foram as suas meias de cor roxa e bastante espalhafatosas, com o número 50, que ele deixava sempre à mostra quando estava sentado, numa referência ao apoio da candidatura do psolista.
Quem efetivamente sumiu foi o Micro Ministro do Micro Ministério e socialista oportunista Márcio França, presidente estadual do PSB. Sem ganhar uma eleição desde 2018, quando disputou o Governo de São Paulo, França resolveu indicar sua esposa, Lúcia França, sempre como vice candidata de algum concorrente, como fez com Fernando Haddad em 2020 e, agora, com Tabata Amaral.
O presidente Lula deveria dar uma verdadeira carraspana em Márcio França e mandá-lo de volta para Ilha Porchat, na praia de São Vicente, litoral do Estado de São Paulo. Desde o início do governo Lula, França está sem fazer nada. Ao invés de ganhar peso político, está ganhando peso na balança. De janeiro de 2023 até agora sumiu das manchetes dos jornais, mas nas poucas fotos em redes sociais parece estar uma arroba mais gordo.
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