Hugo Motta, Marcos Pereira e Anderson Pomini
Por Alberto Luchetti
O presidente do Porto de Santos, Anderson Pomini, entrou com tudo na campanha do deputado federal Hugo Motta, do partido Republicanos, da Paraíba.
Hoje, considerado homem de confiança do deputado federal e presidente do Republicanos, Marcos Pereira, Pomini não está medindo esforços para ajudar na campanha de Motta para substituir o atual presidente da Câmara Federal do Brasil, Arthur Lira, do partido Progressista, PP.
Num paralelo à história dos Três Porquinhos acredito que podemos fazer uma pergunta, sem caluniar, ofender ou denegrir a imagem desses três homens públicos: como será a Câmara dos Deputados que eles pretendem construir a partir de 2025, – se ganharem a eleição -, com o fim do mandato de deputado federal Arthur Lira, atual presidente Casa, levando em conta um pouco do que os veículos de comunicação registram sobre os três?
O primeiro é Marcos Pereira, no meio da foto, que pode ser considerado o chefe do trio. Ele é deputado federal, presidente do Republicanos e homem de confiança do bispo Edir Macedo da Igreja Universal do Reino de Deus e dono da RecordTV. Isso só já o identifica, mas é bom lembrar que Marcos Pereira era o candidato à sucessão de Arthur Lira, mas percebendo que iria perder a eleição e que sua “casa” não estava tão sólida, resolveu bancar a candidatura de Motta.
Seria Marcos Pereira o Prático, porquinho que construiu a casa de tijolo?
O segundo é Hugo Motta, o da esquerda da foto, deputado federal da Paraíba pelo Republicanos. Postulante do cargo de presidente da Câmara Federal do Brasil que pretende, com a ajuda de Pereira e de Pomini, entre outros, substituir o poderoso presidente Arthur Lira. Por esse e outros motivos passou a ter uma exposição midiática muito maior e ver sua “casa” balançar.
Neste mês de outubro o Portal UOL publicou uma denúncia envolvendo familiares de Motta: “Uma empresa em nome da família do deputado federal Hugo Motta comprou R$ 5,8 milhões em imóveis nos últimos três anos. O patrimônio da empresa Medeiros & Medeiros Ltda, que inclui uma casa de alto padrão em Brasília (ainda em construção) e uma fazenda na Paraíba, é pelo menos cinco vezes maior que o R$ 1,1 milhão declarado pelo deputado à Justiça Eleitoral em 2022”.
Como presidente do Republicanos na Paraíba, Motta não perdeu tempo e mandou R$ 63 milhões em emendas só para membros de seu partido em seu estado. “O Republicanos comanda 35 das 223 cidades paraibanas. Os prefeitos filiados ao partido receberam R$ 63 milhões em emendas individuais de Hugo Motta nos últimos quatros anos. O valor é 57% maior do que a verba enviada pelo parlamentar aos outros 188 municípios do estado”, publicou o Portal Metrópoles.
O mesmo Portal Metrópoles apurou que a cidade da Paraíba que mais recebeu verbas de emendas parlamentares de Motta foi o município de Patos. O prefeito felizardo de Patos é Nabor Wanderley. Além de ser filiado ao Republicanos, o prefeito Nabor Wanderley é pai do deputado Motta.
“Desde 2021, Patos recebeu R$ 9,6 milhões em emendas individuais assinadas por Hugo Motta. Desse total, R$ 4,8 milhões se referem às chamadas transferências especiais – também conhecidas como emendas Pix, em razão da celeridade com que é feito o repasse”, divulgou o Metrópoles.
O jornal O Globo, do Rio de Janeiro, também destacou alguns perrengues que o deputado Hugo Motta vem enfrentando na Paraíba, especialmente na cidade de Patos, a 303 quilômetros de João Pessoa, onde seu pai Nabor Wanderley é o prefeito.
“O Ministério Público Federal (MPF), a Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Federal (PF) realizaram em setembro, uma operação para apurar contratos da prefeitura com dinheiro das emendas parlamentares. De acordo com as investigações, já foram encontrados indícios de vínculo da empresa vencedora da concorrência com agentes públicos da Prefeitura Municipal de Patos”, noticiou O Globo.
Seria Hugo Motta o Heitor, porquinho que ergueu uma casa de madeira?
O terceiro é Anderson Pomini que está do lado direito da foto. Pomini é um advogado de São Paulo que se caracterizou por estar sempre muito perto do poder. Agora ainda mais, já que foi recrutado por Marcos Pereira para ajudar o Republicanos na tarefa de eleger Motta presidente da Câmara Federal.
Pomini começou como assessor parlamentar na Câmara Federal e na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Sempre permaneceu nos bastidores da política, mas a partir de 2016 começou a mesclar sua atuação discreta com a divulgação de seu nome em cargos públicos assumindo, por exemplo, como secretário da Justiça da Prefeitura de São Paulo, na administração do prefeito João Dória do PSDB.
Brigou com Dória e foi trabalhar com o desafeto de Dória, Márcio França, do PSB. Ficou amigo de França e viraram até sócios em seu escritório de advocacia. França estava no auge de sua carreira política. Foi candidato a governador, prefeito e senador. Perdeu todas e como prêmio de consolação, virou Ministro de Portos e Aeroportos, por poucos meses.
No cargo de ministro Márcio França nomeou Pomini para o Porto de Santos. Com essa grande exposição pública, presidindo o maior porto do Hemisfério Sul, Pomini sentiu a força dos ventos sobre sua “casa” disseminados por vários veículos de comunicação.
O Portal Metrópoles publicou uma longa reportagem afirmando que Pomini loteou o Porto de Santos: “Historicamente cobiçado pelo mundo político por conta da sua função estratégica e da receita que ultrapassa a cifra de R$ 1 bilhão ao ano, o Porto de Santos abriu as portas para o loteamento de cargos na sua cúpula — diretores, superintendentes e gerentes — no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT.
Mas quando Márcio França foi demitido pelo presidente Lula, Pomini largou, imediatamente, o alicerce do PSB e passou para pilares mais resistentes do Republicanos, se mantendo como presidente do porto e, agora, apadrinhado por Marcos Pereira.
Os ventos sopraram ainda mais forte no telhado da “casa” de Pomini, no começo deste ano, quando o senador Alexandre Giordano, do MDB de São Paulo, fez inúmeras denúncias contra Pomini num documento oficial do Senado Federal entregue ao atual Ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, do Republicanos.
Entre as denúncias, o senador diz que Pomini pagou um milhão de dólares (mais de 5 milhões de reais) para permanecer no cargo no Porto de Santos, quando o PSB saiu do comando do Porto e assumiu o Republicanos. O senador não informou para quem foi entregue os dólares para manter Pomini no cargo.
Em rota de colisão com o governador Tarcísio de Freitas, do próprio Republicanos, por conta de querer assumir o protagonismo na construção do Túnel Imerso Santos-Guarujá,
Anderson Pomini já foi apelidado no Palácio dos Bandeirantes, sede do Governo de Estado de São Paulo, de camaleão político.
As mudanças de cores são muitas. Pomini começou indicado pelo PSDB de Dória, depois assessorou e virou sócio do presidente estadual do PSB, Márcio França. Tentou com apoio do PSB assumir a Advocacia Geral da União (AGU) e acabou indicado por França para o Porto de Santos. Abandonou França e o PSBe se aproximou de Marcos Pereira do Republicanos.
Mas a maior ventania na estrutura de sua “casa” e o seu pior momento foi quando o Portal Metrópoles publicou sua foto ao lado de Pablo Marçal, do PRTB, no dia que seu escritório foi contratado por Marçal para defendê-lo numa ação movida pelo PSB, de Tabata Amaral, nas eleições para a Prefeitura de São Paulo. Detalhe: Lúcia França – esposa de França, sócio de Pomini no escritório de advocacia – era vice de Tabata.
Seria Pomini o Cícero, porquinho mais preguiçoso e que construiu a casa de palha e dependia do Prático para se abrigar?
Esse trio, Pereira, Motta e Pomini, poderá estar a frente da Câmara Federal do Brasil a partir de fevereiro de 2025 quando acabará o mandato de deputado federal Arthur Lira do PP de Alagoas.
Segue a pergunta: que “casa” deverá ser construída a partir do perfil desses três homens públicos? A casa do Cícero, do Heitor ou do Prático?
Abaixo o link da história dos 3 Porquinhos uma criação Walt Disney’s:
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