Senhor Secretário,
Tenho recebido muitas informações de funcionários desta Sefaz/SP, a respeito da indicação de Marcelo Bergamasco Silva, auditor fiscal de carreira desta secretaria, para o cargo de Subsecretário da Receita Estadual.
Algumas alegações destacam as excessivas viagens ao exterior desse auditor que, de certa forma, inviabilizaria o trabalho de qualquer pessoa nessa função tão importante de Subsecretário da Receita Estadual.
Para se ter uma pequena demonstração deste fato, publiquei um artigo no Blog do Xonka ressaltando que Marcelo Bergamasco Silva havia viajado para o exterior mais de 50 vezes, nos últimos anos, e que possui um apartamento na cidade de Milão, na Itália, no valor aproximado de € 240.000,00 (duzentos e quarenta mil euros), ou quase R$ 1,5 milhão (um milhão e quinhentos mil reais).
A pergunta que faço ao senhor, caro secretário Kinoshita, com base nessas informações: o que leva um Secretário de Estado a convidar para um cargo tão importante um funcionário que viaja tanto ao exterior? Quais os verdadeiros critérios para esta escolha? Pelos cálculos que fiz, Bergamasco se ausenta do Brasil mais de quatro vezes ao ano.
Ledo engano. É muito mais tempo que Bergamasco passa viajando do que trabalhando. Só em 2024 ele já ficou no Exterior 63 dias e consta que está hoje, 16 de outubro na Itália, na cidade de Milão. No ano de 2023 Bergamasco ficou fora do Brasil por 99 dias. Em dois anos mais de 160 dias viajando pelo mundo. Ou seja, meus cálculos estavam errados. Ele viaja muito mais.
Nos 20 meses compreendidos entre a metade de dezembro de 2022 e julho de 2024, Bergamasco fez mais 7 viagens internacionais, tendo ficado ausente do país por 176 dias, o equivalente a quase 6 meses. Há indícios de viagens, inclusive, que superam mais de 30 dias de duração, ou seja, superam o período de férias regulamentares.
Esse detalhe da vida profissional de Bergamasco que o transforma num verdadeiro zíngaro, com certeza, não pode ser a justificativa, nem tampouco o argumento principal, que levou o senhor a convidá-lo e nomeá-lo para ocupar o cargo de Subsecretário da Receita Estadual.
Por que o senhor escolheu o auditor fiscal Bergamasco para esta posição de destaque em sua secretaria? E por que Marcelo Bergamasco aceitou ocupar esse cargo relevante? Qual o verdadeiro interesse de Bergamasco para assumir como Subsecretário da Receita Estadual se ele está sempre viajando?
Aproveitando que Bergamasco está mesmo fora do País, eu lhe apresento, caro secretário Kinoshita, outra indagação feita pelos seus próprios funcionários da Sefaz/SP, desta vez, sobre a incompatibilidade patrimonial de Bergamasco e da ligação profissional aqui em São Paulo e no Rio de Janeiro, de Bergamasco com o ex-secretário Luiz Cláudio Rodrigues de Carvalho e com o auditor fiscal Wildson Gonçalvez Melo.
É de conhecimento na Sefaz/SP que o auditor fiscal João Marcelo Oliveira, quando estava lotado na Corregedoria da Secretaria da Fazenda de são Paulo,chefiou uma investigação sobre a origem de todo o patrimônio de Bergamasco. Como podemos saber do resultado deste trabalho da corregedoria?
Com relação a amizade dos três auditores fiscais, o que me foi informado é que quando assumiu a Sefaz do Rio, Luiz Cláudio Rodrigues de Carvalho, ex-secretário da Sefaz/SP, nomeou Bergamasco e seu assessor Wildson Gonçalves Melo, no governo de Wilson Witzel, que em 2021 sofreu impeachment por corrupção.
Luiz Cláudio Rodrigues teria sido indicado secretário no Rio por influência do sonegador contumaz Ricardo Magro, da Refinaria de Manguinhos – Refit. Com quase 20 bilhões de reais em dívidas fiscais no eixo Rio-São Paulo, Magro deve, respectivamente, mais de 9 bilhões de reais no Rio e mais de 8 bilhões de reaisem São Paulo.
Assim que o governador Witzel e o secretário Luiz Cláudio assumiram seus cargos no Rio, em 2020, o empresário sonegador Ricardo Magro, segundo os principais jornais cariocas, aportou para o Governo do Estado do Rio mais de 20 milhões de reais, em patrocínio para a realização do carnaval no Sambódromo da Marquês de Sapucaí. Maior sonegador do Rio dando dinheiro para o governo do Rio.
Senhor Secretário, o que os funcionários da sua secretaria tornam público é que há muito conflito de interesses na Sefaz.
Atenciosamente,
Alberto Luchetti
Blog do Xonka
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