José Luiz Datena no Brasil Urgente da Band
Por Alberto Luchetti
José Luiz Datena irá se consagrar, nessa disputa para o cargo de prefeito da Cidade de São Paulo, como o maior fracasso eleitoral dos últimos tempos. Datena poderá perder para os votos nulos e brancos, que hoje registram menos de 5% dos eleitores paulistas. Datena é o candidato mais famoso pela exposição da TV, com quase 100% de conhecimento popular, mas com uma das rejeições mais altas, quase 40%.
Depois de mudar mais de 10 vezes de partido e anunciar metade das vezes que seria candidato, mas nunca assumiu o que falou, José Luiz Datena finalmente resolveu disputar, este ano, o comando da Prefeitura de São Paulo, por mais um partido que também não era filiado, o PSDB. Navegou por tantos partidos e, quando foi para valer, acabou escolhendo uma agremiação partidária sofrível, dividida, em decadência e com tucanos ilustres traindo Datena e apoiando outros candidatos.
Todas as vezes que Datena avisava em seu programa policialesco da Band que disputaria as eleições, deixava seus concorrentes assustados, e era aflitivo, mas só até o dia em que ele comunicava sua desistência. Quem talvez não aguentasse mais essas idas políticas e as vindas de apresentador, era João Carlos Saad, o Johnny, presidente do Grupo Bandeirantes.
Nessas eleições Datena acabou provando que não assusta mais ninguém. Esse seu lado arrogante, prepotente, desafiador e sabedor de tudo, acabou dando lugar para um chorão, reconhecedor de seus erros e limites, além de um candidato acomodado que não saía do escritório mais de duas horas, por dia, para visitar eleitores.
Suas caminhadas de 20 minutos por bairros da cidade de São Paulo – na maioria das vezes – abraçando e conversando com eleitores, eram apenas para registros cinematográficos que seriam exibidos nos vídeos do PSDB nos horários de propaganda gratuita ou nos noticiários de TV. Desfilando sua coleção caríssima de óculos de sol e andando pela cidade, Datena demonstrava estar mal-humorado, com calor, num estado de espírito sempre irritável, desejando sempre entrar no carro e se acomodar no ar-condicionado.
Essa sua pífia campanha política para a Prefeitura de São Paulo poderá ter graves consequências no segundo turno das eleições e até no seu futuro profissional. Quem pretender ter o apoio de Datena no segundo turno já sabe do seu tamanho nanico e do pouco que ele poderá agregar eleitoralmente. No caso da Band – que sempre vive uma crise financeira – pode ser a hora que Johnny esperava para rever os valores do contrato e a frequência do apresentador Datena na TV. Ou talvez o seu desligamento por completo.
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