O Esconderijo de Avalanche, o presidente do partido de Pablo Marçal

Por Alberto Luchetti O presidente nacional do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro – PRTB –Leonardo Alves de Araújo, conhecido como Leonardo Avalanche, ficou escondido fazendo o M durante todo o mês de setembro, até o dia da eleição, no escritório de advocacia de Anderson Pomini, na rua Padre João Manoel, 755, conjunto 111, Condomínio Edifício Martim Francisco Andrada Silva,…

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Por Alberto Luchetti

O presidente nacional do Partido Renovador Trabalhista Brasileiro – PRTB –Leonardo Alves de Araújo, conhecido como Leonardo Avalanche, ficou escondido fazendo o M durante todo o mês de setembro, até o dia da eleição, no escritório de advocacia de Anderson Pomini, na rua Padre João Manoel, 755, conjunto 111, Condomínio Edifício Martim Francisco Andrada Silva, no bairro de Cerqueira César, região nobre de São Paulo. 

O seu afastamento de toda a movimentação política das eleições de primeiro turno para a Prefeitura de São Paulo foi a pedido de Pablo Marçal, seu candidato derrotado. Marçal não queria contaminar sua candidatura com as supostas ligações de Avalanche com o Primeiro Comando da Capital – PCC – facção criminosa de maior ressonância no Brasil.

O curioso desta história nefasta é que Anderson Pomini foi contratado para defender Pablo Marçal numa ação movida pelo Partido Socialista Brasileiro – PSB. O presidente do PSB em São Paulo é o socialista oportunista Márcio França, amigo e sócio de Pomini e foi quem o indicou para a presidência do Porto de Santos.

Márcio França foi substituído do Ministério de Portos e Aeroportos logo depois que indicou Pomini para o Porto de Santos. Quem assumiu o ministério foi Silvio Costa Filho, do partido Republicanos. 

Pomini desembarcou rapidamente do barquinho do PSB, se instalou no iate do Republicanos e navega agora com os principais líderes deste partido, como o governador Tarcísio de Freitas. Sem contar o presidente dessa agremiação política, que é o deputado federal Marcos Pereira, e ainda com o líder religioso do grupo, o bispo Edir Macedo.

Agora, como advogado de defesa de Pablo Marçal e – cedendo seu escritório para encontros políticos do afastado presidente do PRTB – Leonardo Avalanche, Pomini terá pela frente um embate político com o PSB.

Entre os temas das Investigações Judiciais Eleitorais – Aijes – já apresentadas pelo PSB contra Marçal estão as competições de cortes de vídeos. A principal delas resultou na suspensão, por ordem da Justiça Eleitoral, dos perfis que o candidato Marçal usava até então.  

Outra ação, apresentada pelo PSB, identifica depósitos e transferências bancárias feitas por Pablo Marçal, da ordem de R$ 5.000,00 (cinco mil reais), a candidatos a vereador em todo o país em troca de um vídeo de apoio. Além de sorteios e falas do candidato Marçal contra a Justiça Eleitoral.

A advogada Marilda Silveira, professora de direito eleitoral do IDP (Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa), destaca que o caso do laudo médico falsificado apresentado por Marçal no sábado, um dia antes da eleição, não foi ocorrência isolada, mas outra iniciativa dentro de um cenário maior com inúmeras possíveis irregularidades na campanha. Ela diz que o contexto é importante, uma vez que a Justiça Eleitoral costuma considerar o conjunto da obra.

O candidato derrotado Pablo Marçal encaminhou, logo após as eleições, por escrito, a resposta à intimação feita pelo ministro do Supremo Tribunal Federal – STF – Alexandre de Moraes, pelo fato de ele ter utilizado seu perfil no X para fazer o M mesmo com a plataforma estando bloqueada no país.

Segundo a Polícia Federal, Marçal utilizou sua conta no X, verificada com selo azul, na véspera do primeiro turno para fazer postagens mesmo com o bloqueio da rede no Brasil. Comunicado pela PF, Moraes mandou intimar Marçal no próprio sábado, um dia antes das eleições. 

Na decisão, o ministro cita condutas de abuso de poder econômico e o uso indevido dos meios de comunicação para disseminar mentiras durante as eleições. 

O conjunto da obra do PRTB de Marçal, do Avalanche e agora do advogado Pomini à frente dos processos é abundante de problemas judiciais eleitorais e criminais. É só lembrar a ligação do partido de Pablo Marçal com o PCC que foi pauta em todos os debates políticos.  

Conforme revelou o Estadão, o ex-presidente estadual do PRTB de São Paulo, Tarcísio Escobar de Almeida, foi indiciado pela Polícia Civil por tráfico de drogas e associação ao crime organizado. Segundo a investigação, Escobar (que não se perca pelo nome) trocava carros de luxo por cocaína para o PCC, financiando o tráfico de drogas e dividindo os lucros com a facção. 

Além disso, Avalanche que é o presidente nacional do partido, afirmou, em um áudio revelado pela Folha de S. Pauloque mantém vínculo com a facção criminosa paulista. A gravação foi feita durante conversa com Thiago Brunelo, filho de um dos fundadores do PRTB. O diálogo entre os dois na época ocorreu em um contexto de disputa interna pela presidência do partido, após o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) ter decretado intervenção na sigla.

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